Está nas manchetes a discussão sobre os tipos de parto.... O momento do parto é único e as lembranças de tal momento devem ser guardadas com carinho por todos os que têm o privilégio de partilhar o nascimento de um novo ser humano. Mamãe e bebê são as estrelas principais e assim devem ser tratadas. À equipe cabe acompanhar, cuidar e se necessário, o obstetra, sempre apoiado nas melhores evidências científicas e com toda transparência deve intervir.
Falando em evidências, cabe lembrar que as complicações de partos vaginais são MENORES dos q as
decorrentes de partos operatórios! Estudos brasileiros e mundiais baseados nas
melhores práticas, confirmam a afirmativa acima! O Brasil é o campeão mundial
de cesarianas, um título para nos envergonhar! Na saúde suplementar foram 84,4%
de partos cesáreos em 2015, a média nacional 57%. A recomendação da OMS é de
até 15%! Frente a esses números
assustadores em 2015 a ANS em parceria c o HIS e o HIAE iniciaram o Projeto
Parto Adequado (PPA) que após várias iniciativas frustradas está conseguindo
mudar esta realidade... A mãe que deseja uma cesariana em uma gestação sem
intercorrências, de termo (após 39 semanas) deve ser respeitada, sempre após
informada das complicações e desvantagens do parto operatório para ela como para o recém-nascido!
A diminuição da incidência de cesarianas passa por uma mudança cultural! No Brasil, durante muitos anos, a cesariana foi privilegiada, por diversos motivos, que paulatinamente serão corrigidos... ainda falta muito! A obstetrícia passa por uma transição. Ouso prever, para melhor...
Alguns dados do Projeto Parto Adequado
Em 18 meses os hospitais do PPA reduziram em 16% os partos
cesárea, fazendo intervenções como reuniões científicas, revisão de protocolos, treinamentos técnicos
para médicos e enfermeiros, contratação de enfermeiras para o TP, incentivo ao
recebimento de doulas além dos acompanhantes familiares no TP, melhoria nos
cursos de gestantes, implementação de rodas de conversas, incentivo ao plano de
parto, reformas e processos nas maternidades para acomodar as horas de TP,
acompanhantes, lugar para deambulação e uso de métodos não farmacológicos de
alivio da dor (bola, cavalinho, chuveiro, banquinho). Além da redução dos PC em
16%, houve redução dos eventos adversos no geral e em internação em UTI NEO
(bebês acima de 2.5kg) houve redução de 23%.